Vozes Femininas na Engenharia e Ciência: 4 histórias no INEGI
08 março 2023Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, quatro colaboradoras do INEGI partilham as suas experiências acerca de como entraram e vingaram no mundo da engenharia e ciência. Falam sobre o seu dia-a-dia no INEGI, os projetos que mais as entusiasmam, e o poder da diversidade.
Gisela
Santos
Diretora | Gestão e Engenharia Industrial
Gisela Santos entrou no INEGI em 2013 como consultora e gestora de projeto, uma área que a conquistou pela "exposição a realidades diferentes todos os dias”. Hoje é diretora da área de consultoria em Gestão e Engenharia Industrial do INEGI, e continua e apaixonada por um trabalho que, diz, "não tem rotinas, e é uma grande escola, onde se aprende muito e muito rapidamente”.
No INEGI destaca o "bom ambiente e a abertura à criatividade e à inovação”. No seu dia-a-dia, conta que é muito gratificante "apoiar a definição de estratégia nas empresas, mas também o apoiar as etapas de implementação. Nestes casos, é possível ver um «antes» e um «depois», deixar uma marca”.
Em relação à questão de existir o estereótipo da engenharia e ciência como um mundo de homens, destaca que, no âmbito da gestão e engenharia industrial, "há cada vez mais mulheres «sentadas» à mesa da decisão”. No entanto, para lá chegarem, "têm que passar por carreiras nas áreas das operações e no terreno, que ainda são vistas como carreiras essencialmente masculinas”. Apesar disso, afirma que o paradigma está a mudar rapidamente e que há cada vez mais mulheres no setor a liderar equipas.
Ana Pereira
Engenheira | Desenvolvimento de Produto e Sistemas
Ana Pereira está no INEGI desde 2019, e hoje integra uma equipa dedicada ao desenvolvimento de produtos e sistemas para o setor aeroespacial. Conta que envergar pelo mundo da engenharia "foi uma escolha bastante lógica”, fruto da "curiosidade que sempre tive de perceber como as «coisas» funcionam”.
Reconhece que ainda existem estereótipos de género no tecido empresarial português, mas não deixou que isso a travasse, já que "novos caminhos só se fazem caminhando, e se alguém é competente e gosta de determinada área, não se deve deixar parar”. Ana Pereira nunca foi confrontada com este estereótipo no INEGI, mas salienta que "é importante reconhecer que ele ainda existe e que cabe-nos a nós, mulheres, ocupar o nosso lugar na engenharia e ciência de cabeça erguida, tirando-lhe o espaço para crescer”.
Sobre o que a entusiasma no dia-a-dia no INEGI, salienta o "trabalhar com uma equipa de pessoas jovem e altamente motivada” e "a pluralidade de setores de atividade com que podemos contactar”. O setor aeroespacial é particularmente desafiante e, por isso, ainda mais interessante.
Beatriz Maia
Investigadora | Materiais e Estruturas Compósitas
Entrar para o INEGI em 2020 foi um marco na vida profissional de Beatriz Maia. Entrou com o intuito de realizar sua dissertação de mestrado na área de materiais inteligentes e foi durante essa experiência que "percebeu que queria ser cientista”. A curiosidade e a vontade de contribuir para "o desenvolvimento científico desta área emergente em Portugal” foram os principais motivos que a atraíram para esta carreira.
Hoje está no segundo ano do doutoramento, dedicado à temática dos materiais para armazenamento de energia. Mas não é só a investigação a entusiasma no seu dia-a-dia no INEGI. Destaca também a relação com os colegas e o constante crescimento e aprendizagem como fatores importantes para se manter motivada.
Beatriz Maia acredita
que o importante é existirem "bons
cientistas, sejam eles verdes, rosas ou roxos, com cromossomas X ou cromossomas
Y”. O futuro ideal para a investigadora é aquele onde não é necessário "existir
um dia da mulher nem um dia da mulher na ciência”, mas sim onde valorizemos o
trabalho "daquele / daquela / daqueles que são bons naquilo que fazem, e não pela
necessidade de tornar algo equivalente”.
Ana Guerra
Investigadora | Biomecânica e Saúde
Foi o doutoramento que trouxe Ana Guerra até ao INEGI, onde atualmente assume funções de investigadora na área da saúde. Questionada sobre porquê escolher esta carreira, conta que a "investigação é uma gratificante e desafiadora. Dá-nos liberdade para ver e pensar os problemas por outra ótica, na tentativa de contribuir para a sociedade”.
No INEGI trabalha na "área de simulação computacional da angiogénese, isto é, a formação de vasos sanguíneos de pequeno calibre”. Revela que o seu background era em laboratório, mas que quando iniciou o seu doutoramento no INEGI, descobriu "o mundo da simulação e como isso pode ser útil para complementar estudos experimentais” e encontrou um local de trabalho com uma enorme "flexibilidade de áreas de aplicação do conhecimento”.
Questionada sobre estereótipos da
engenharia e ciência, a investigadora responde que "penso que se está a
desvanecer, existem cada vez mais engenheiras, e engenheiras em cargos
relevantes. No meu dia-a-dia não noto nenhuma vantagem ou desvantagem
adicional".
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