INEGI instala o primeiro robô de tecnologia de impressão 3D metálica de alto rendimento e grandes dimensões em Portugal
04 março 2020
A tecnologia chama-se DED (Directed Energy Deposition/Deposição Direta de Energia) e trata-se de uma tipologia de impressão 3D ou fabrico aditivo metálico, que tem vindo a mostrar-se de elevado valor acrescentado para a indústria, particularmente nos setores da Aeronáutica, Espaço, Energia e Moldes.
Elevada cadência produtiva, capacidade de produção de peças complexas de grande dimensão e combinação de diversos materiais são alguns dos fatores que distinguem esta tecnologia de alto rendimento.
A célula laboratorial instalada no INEGI é a primeira no país e inclui o robô, bem como o seu sistema de monitorização enquadrado nas lógicas da Indústria 4.0. Isto é, com a ajuda de sensores é possível recolher dados, em tempo real, relacionados com a temperatura ou a deposição de pó metálico, por exemplo, que em contexto industrial podem ajudar a otimizar os processos de produção.
"Existem casos de estudo que reportam benefícios na redução de custos na ordem dos 30%, para pequenas séries, e dos 50% na redução de prazos de desenvolvimento e produção. São indicadores muito expressivos, que demonstram o potencial desta tecnologia para as empresas”, explica Luís Oliveira, especialista em Fabrico Aditivo do INEGI.
No âmbito do projeto mobilizador Add.Additive - add additive manufacturing to Portuguese industry, liderado pela empresa metalomecânica portuguesa ADIRA, juntamente com 24 entidades entre empresas e instituições do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, o INEGI tem a responsabilidade de investigar a tecnologia de fabrico aditivo metálico que tem agora nas suas instalações.
"A tecnologia que estamos a desenvolver baseia-se na deposição direta de energia, mas inclui também outros estágios tais o pós-processamento para acabamento (por via subtrativa) e controlo dimensional, com elevado grau de precisão e qualidade. É neste extra que reside o principal elemento diferenciador”, explica Luís Oliveira.
O acabamento superficial é uma das principais desvantagens da tecnologia em estudo, por isso o INEGI está também a desenvolver um processo híbrido que combina fabrico aditivo e subtrativo, para permitir um acabamento superficial avançado na produção.
O consórcio responsável pelo projeto Add.Additive conta com um orçamento de cerca de 9,8 milhões de euros, para investigar, inovar e desenvolver o fabrico aditivo na indústria portuguesa em materiais metálicos, cerâmicos e cimentícios, poliméricos, bem como metodologias e sistemas digitais, que respondam aos desafios económicos, sociais e ambientais.
Arquitetura e construção, aeroespacial, defesa e segurança, bens de consumo, saúde e biofabricação, eletrónica ou transportes são os setores identificados como beneficiários diretos dos resultados alcançados por este projeto.
O projeto Add.Additive é financiado ao abrigo dos programas Compete 2020, Portugal 2020 e Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e tem um prazo de execução até ao final do ano de 2020.