Espaço: como este setor impulsiona o desenvolvimento de materiais e estruturas compósitas (também no INEGI!)
20 novembro 2020Materiais de elevado desempenho contribuem para viabilidade económica das missões espaciais

As contribuições do INEGI para o desenvolvimento tecnológico do setor antecedem, porém, estes projetos, destacando-se a participação num conjunto de projetos da ESA10,11, liderados pela HPS GmbH, com o intuito de explorar a utilização de nanotubos de carbono em estruturas para o Espaço. Iniciativas que culminaram, em 2018, com a aplicação num espelho ótico demonstrador12 que tira partido dos nanomateriais para melhorar as propriedades superficiais das estruturas compósitas, resultando numa melhor maquinação, capacidade de revestimento, menor rugosidade e melhores propriedades térmicas e elétricas superficiais.

Aqui o desafio passou por garantir uma estrutura suficientemente estável durante as 3 fases associadas (estrutura dobrada, durante o desdobramento e durante a operação), que foi alcançada através de uma apropriada definição de materiais e geometrias, suportada pela integração de modelos micromecânicos, tal como os descritos numa publicação recente da equipa de investigação focada no fenómeno de relaxação destas estruturas durante armazenamentos prolongados16. Estas estruturas desdobráveis são de enorme importância nos dias de hoje, já que permitem acomodar estruturas de grandes dimensões nos lançadores disponíveis. O INEGI tem trabalhado também no desenvolvimento de sistemas de suporte e teste a estas estruturas, em projetos de referência europeia na ESA e na EC (European Comission)17,18,19.

Portugal contribui para a «corrida espacial» nos compósitos
O desenvolvimento tecnológico na área dos materiais e estruturas compósitas para o setor Espaço tem sido promovido essencialmente num contexto Europeu, mas tem vindo a ganhar cada vez mais expressão no contexto nacional. Exemplos disso são os projetos em copromoção com as empresas Spinworks (projeto DIVER20, para dimensionamento de sistemas de proteção térmica em compósito para cápsulas de reentrada), FHP (projeto Filtube21, para desenvolvimento de estruturas tubulares compósitas) e com a Omnidea (projeto SSalut22, com o objetivo de desenvolver reservatórios de pressão compósitos com capacidade auto-sensorial).
[1] Naser, M. Z., & Chehab, A. I. (2018). Materials and design concepts for space-resilient structures. Progress in Aerospace Sciences, 98, 74-90.
[2] Bhat, Gajanan, ed. Structure and properties of high-performance fibers. Woodhead Publishing, 2016.
[3] Alemour, B., Badran, O., & Hassan, M. R. (2019). A Review of using conductive composite materials in solving lightening strike and ice accumulation problems in aviation. Journal of Aerospace Technology and Management, 11.
[4] Sudhin, A. U., Remanan, M., Ajeesh, G., & Jayanarayanan, K. (2020). Comparison of Properties of Carbon Fiber Reinforced Thermoplastic and Thermosetting Composites for Aerospace Applications. Materials Today: Proceedings, 24, 453-462.
[5] Zhang, X., Chen, Y., & Hu, J. (2018). Recent advances in the development of aerospace materials. Progress in Aerospace Sciences, 97, 22-34.
[6] Sairajan, K. K., Aglietti, G. S., & Mani, K. M. (2016). A review of multifunctional structure technology for aerospace applications. Acta astronautica, 120, 30-42.
[7] Gohardani, O., Elola, M. C., & Elizetxea, C. (2014). Potential and prospective implementation of carbon nanotubes on next generation aircraft and space vehicles: A review of current and expected applications in aerospace sciences. Progress in Aerospace Sciences, 70, 42-68.
[8] EUCARBON "European Space-Qualified Carbon Fibres and Pre-Impregnated Based Materials” (2011-2015) (FP7 Space - Technologies for European non-dependence and competitiveness)
[9] SpaceCarbon "European Carbon Fibres and Pre-Impregnated Materials for Space Applications” (2018-2021) (H2020 Space - Technologies for European non-dependence and competitiveness)
[10] NACO I "Non-conventional Matrix/Carbon Nanotubes Reinforced Composites for Applications in Space” (2007-2009) (ESA-GSTP)
[11] NACO II "Non-conventional Matrix/Carbon Nanotubes Reinforced Composites for Applications in Space” (2011-2013) (ESA-GSTP)
[12] NATAP "Carbon Nanotube Technology and Material Engineering for Various Space Applications” (2016-2018) (ESA-GSTP)
[13] RTM E-BOX "Thermally Conductive CFRP manufactured by Resin Transfer Moulding” (2013-2015) (ESA-TRP)
[14] KuDGR "Dual-Gridded Carbon Fibre Reinforced Plastic Reflector” (2011-2015) (ESA-ARTES)
[15] COMETH "Composite elastic hinge for Antenna Deployment Structures” (2017-2020) (ESA-ARTES)
[16] P. Fernandes, B. Sousa, R. Marques, João Manuel R.S. Tavares, A.T. Marques, R.M. Natal Jorge, R. Pinto, N. Correia, "Influence of relaxation on the deployment behaviour of a CFRP composite elastic–hinge”, Composite Structures, 2020, 113217.
[17] LEA "Large European Antenna” (2017-2021) (H2020)
[18] LEOB "Large Deployable Reflector for Earth Observation” (2019-2022) (ESA)
[19] CIMR "Copernicus Imaging Microwave Radiometer High Priority Candidate Mission” (2020-2025) (ESA)
[20] DIVER "Integrated Design of Re-Entry Vehicles” (2015-2018) (PT2020)
[21] Filtube "Non-conventional tubular composite material structures for space applications” (2016-2019)
[22] SSAluT3” Self-Sensing Aluminium Type III composite overwrapped pressure vessel” (2016-2019)
[23] Viriato "Reusable innovative vehicle for research and fostering orbital technology” (PT2020 Mobilizadores)
[24] NewSAT” Development of a compact integrated sensor and satellite for earth observation” (PT2020 / MIT Programme)