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ENERGIA EÓLICA: Novo Atlas Europeu do Vento tem contributo do INEGI

04 julho 2019


Novo Atlas Europeu do Vento (em inglês, New European Wind Atlas ou NEWA), um mapeamento detalhado dos recursos eólicos no continente europeu, foi apresentado este mês em Bruxelas. Este projeto incluiu um conjunto de campanhas experimentais, entre as quais se destaca a campanha que decorreu na Serra de Perdigão em Vila Velha do Ródão, desenvolvida com a colaboração do INEGI.

Escolhida pela sua topografia única, a Serra do Perdigão acolheu esta campanha, entre 2016 e 2018, com um período intensivo de medições entre maio e junho de 2017, e transformou-se num "laboratório vivo”, onde os investigadores puderam medir as características do vento.

"A base de dados de parâmetros e informações recolhidas em Perdigão, como por exemplo as direções e velocidades do vento, é fundamental para a validação e melhoria dos modelos de simulação do comportamento da atmosfera, em particular do vento, em terreno montanhoso e em áreas de floresta, às altura acima do nível do solo, que importam para o seu aproveitamento energético”, explica José Carlos Matos, responsável pela área de Energia Eólica do INEGI.

O INEGI foi responsável por assegurar a operacionalidade das infraestruturas, "um desafio considerável, já que a campanha envolveu uma quantidade inaudita de instrumentos” conta José Carlos Matos. "Ao longo do estudo foram utilizadas centenas de instrumentos, incluíndo, por exemplo, 50 torres meteorológicas de 10, 20, 30, 60 e 100 metros de altura, 195 anemómetros sónicos, 14 barómetros, 14 radiómetros e 51 higrotermómetros, entre muitos outros equipamentos”.

A coordenação técnica entre as várias instituições participantes esteve também a cargo do INEGI. Ao todo, foram 18 instituições europeias e norte-americanas, incluíndo as portuguesas Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) e Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Esta experiência de campo, inédita na sua dimensão a nível mundial, já atraiu a atenção da comunidade científica internacional, tendo sido protagonista de um artigo na prestigiada revista Nature, e de um artigo exclusivo no boletim da Sociedade Americana de Meteorologia, merecedor também do destaque da capa.

O Novo Atlas Europeu do Vento será determinante para o aproveitamento de recursos eólicos, nomeadamente para a definição da localização de futuros parques eólicos assim como para a expansão ou repowering de parques eólicos atualmente em operação, onde uma indefinição de apenas 10% na velocidade do vento pode ter um impacto na eletricidade gerada até 30%. Terá também impacto noutros domínios, como o combate a fogos florestais, a poluição atmosférica, ou a aviação.

O documento agora apresentado foi desenvolvido por um consórcio constituído por instituições de oito países europeus (Dinamarca, Suécia, Alemanha, Espanha, Letónia, Turquia, Bélgica e Portugal), com um orçamento global de 13,8 milhões de euros.

"PERDIGÃO-2017” É TEMA DE SESSÃO NO ENCONTRO CIÊNCIA 2019

"A maior experiência de campo de mapeamento do vento: lições e objetivos futuros" é o título da sessão dedicada a este projeto, a decorrer no Encontro Ciência 2019, dia 9 de julho no Centro de Congressos de Lisboa. A entrada é livre, mediante inscrição AQUI.

José Carlos Matos, diretor da área de Energia Eólica do INEGI, será um dos oradores do painel. A discussão contará ainda com a contribuição de Margarida Belo-Pereira (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), Rui Durão (Fundação para a Ciência e Tecnologia), Teresa Simões (Laboratório de Energia e Geologia), José Laginha Palma e João Correia Lopes (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto), e ainda um representante da Associação Portuguesa de Energias Renováveis.

Este encontro decorre anualmente e tem como objetivo promover o debate alargado dos principais temas e desafios da agenda científica para além do universo da investigação.


Informação adicional sobre a campanha na Serra de Perdigão:

Instituições participantes europeias: Danish Technical University (DTU), University of Oldenburg (UOL), Deutsches Zentrum für Luft-und Raumfahrt e.V. (DLR), Universidade do Porto (UP), Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA) e Instituto de Ciencia e Inovação em Engenharia Mecânica e engenharia Industrial (INEGI).

Instituições participantes norte-americanas: University of Notre Dame (UND), Cornell University (CU), University of California, Berkeley (UCB), University of Colorado Boulder (CU-Boulder), University of Oklahoma (UO) e o U.S. Army Research Laboratory (ARL).
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