Setor da aquacultura ganha ferramentas para melhorar eficiência energética da produção
09 agosto 2021Três anos depois, o projeto inter-regional Acuaenergy chegou ao fim. O principal objetivo, agora cumprido, era contribuir para o reforço da competitividade do setor da aquacultura através da proposta de soluções para o aumento da eficiência energética.
O projeto culminou na disponibilização de uma ferramenta que permite aos profissionais do setor analisar o perfil energético das instalações que gerem, e aceder a um conjunto de propostas de melhoria energética adaptadas a cada um dos tipos de unidade de produção.
A automatização desta análise torna-se hoje realidade graças, em parte, ao trabalho do INEGI, que traçou o perfil energético de 3 instalações instaladas no Norte de Portugal. Este estudo permitiu extrapolar uma imagem do setor, e como explica Ana Magalhães, responsável pelo projeto no INEGI, "determinar os processos e equipamentos de maior consumo e a identificar planos de melhoria das instalações.”
A equipa concluiu, por exemplo, que "entre os processos com maior consumo energético está a bombagem, que chega a representar 80% do consumo, e os processos de climatização da água, desinfeção e ainda oxigenação da água”, conta Ana Magalhães.
Otimizar o consumo de energia, de acordo com a equipa de especialistas, passa por um conjunto de medidas alargado, desde o aumento de eficiência de equipamentos de bombagem, implementação da recuperação de calor nos processos de climatização, e integração de energias renováveis como o solar fotovoltaico ou eólica.
Estas conclusões, a par do trabalho realizado do outro lado da fronteira, serviram também de base para ações de divulgação e formação especializada, bem como um Manual de Boas Práticas, com o objetivo de impulsionar mudanças reais no setor.
O projeto Acuaenergy nasceu a partir de uma abordagem transfronteiriça para revitalizar a competitividade do setor da aquacultura, que está diretamente relacionada com o custo de produção, nomeadamente elevados encargos energéticos. Também a minimização do impacto ambiental desta indústria foi uma prioridade para o consórcio.
O projeto, que terminou no passado dia 23 de junho, juntou o INEGI, Universidade do Porto – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, e as espanholas CETGA, Cluster de la Acuicultura de Galicia, Universidade de Vigo, ELA Ingenieria y Medio Ambiente, e a UN-EM Consultoria.
O projeto ACUAENERGY - Melhoria da competitividade das instalações de aquacultura através da eficiência energética é financiado pelo programa INTERREG Espanha-Portugal (POCTEP).