INEGI desenvolve metodologias de avaliação da saúde estrutural de aerogeradores em colaboração com a EDP Renováveis
21 setembro 2020As estratégias de monitorização da condição estrutural centram-se na torre, pás e fundação dos aerogeradores, estando o INEGI essencialmente focado na monitorização das pás, no desenvolvimento de ferramentas de processamento dos dados e sua análise estrutural. No projeto participam também a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e a WavEC.
"Trata-se de criar métodos para avaliar a segurança e degradação das estruturas ao longo do tempo”, afirma Silvina Guimarães, responsável pelo projeto no INEGI. "Informação que nos ajuda a conhecer o estado de funcionamento e operação das turbinas, determinar o tempo de fadiga remanescente, isto é, prever quando vão surgir danos, e tomar melhores decisões sobre a sua otimização e rendimento”.
Monitorização mais fiável contribui para uso de recursos mais eficiente
Outra vantagem é a estimativa da vida útil remanescente dos equipamentos. Um dos maiores desafios do setor da energia eólica em Portugal prende-se com o aproximar do fim da vida útil dos ativos eólicos nos próximos anos. Uma das possíveis respostas para o problema passa por estender a vida do equipamento, analisando a necessidade de substituição de alguns componentes, ou, simplesmente, estimar o tempo restante até ao aerogerador deixar de poder operar. E para o fazer, a monitorização estrutural é essencial.
"Só ao avaliar a sua condição podemos estimar ou saber se é possível estender o seu tempo de vida remanescente de forma segura, evitando assim a sua substituição prematura e, consequentemente, contribuindo para um uso mais eficiente dos recursos", explica Silvina Guimarães.
Planear manutenção de parques eólicos em terra e no mar vai ser mais fácil
O projeto inclui a monitorização simultânea de três aerogeradores num parque eólico onshore, e a criação de modelos numéricos para a geração de dados experimentais artificiais para aerogeradores flutuantes. Com base nos "dados fornecidos pelos sistemas de aquisição já disponíveis em todos os aerogeradores, e através de técnicas de extrapolação, torna-se possível avaliar todos os aerogeradores do mesmo parque", salienta o responsável.
Tornar a exploração do vento mais eficiente é uma prioridade
e, neste contexto, "a monitorização estrutural revela-se uma boa aposta para diminuir
prémios de seguros, e otimizar os custos de manutenção, contribuindo para aumentar
a competitividade das inovadoras soluções flutuantes”.
O projeto WindFarm SHM – Structural Health Monitoring é cofinanciado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).