INEGI capacita indústria de cultivo de macroalgas com soluções para aumentar eficiência
14 abril 2021O objetivo foi cumprido: usar a ciência e tecnologia para impulsionar o cultivo de macroalgas marinhas, melhorando o seu desempenho global, eficiência e sustentabilidade. Quatro anos após o seu arranque, o projeto europeu GENIALG está em fase de conclusão, e um dos resultados promissores são os sistemas que nasceram da colaboração entre o INEGI e a empresa Alga+.
Para ir ao encontro das necessidades identificadas pela empresa, a equipa de especialistas do INEGI desenvolveu um sistema modular para apanha de algas, e projetou tanques de cultivo de algas (raceways) para implementação em tanques de terra (esteiros).
Como conta Tiago Morais, responsável pelo projeto no INEGI, "os raceways são tanques longos e estreitos construídos in situ, formando um canal artificial com fluxo de água continuo”, e a intervenção "permitiu a configuração de uma geometria que assegura o fluxo de água continuo para potenciar o crescimento de macroalgas”.
Paralelamente também foi "identificada a melhor posição para instalação dos raceways nos tanques de terra, com o objetivo de minimizar o consumo energético associado ao uso dos sistemas bombagem de água, maximizando assim o aproveitamento da variação das marés para a renovação de água, da ria de Aveiro”.
Tudo isto tendo em conta as condições ideais para as algas prosperarem, desde a homogeneização da velocidade da água, à exposição solar. Também o processo de seleção dos revestimentos do raceway foi um fator analisado, já que "o cultivo das macroalgas destina-se essencialmente para alimentação humana, e a construção dos raceways estão condicionados às restrições impostas ao local de instalação, que é uma área protegida”.
Cultivo de macroalgas é ainda uma indústria em crescimento
Com estas soluções, a Alga+, empresa sediada na Ria de Aveiro, irá aumentar significativamente a área de produção de cultivo de algas. O cultivo de algas marinhas é uma fonte valiosa de diversos compostos com grande potencial para serem usados pela indústria farmacêutica, cosmética e alimentar. Esta atividade, apesar do seu potencial de crescimento em Portugal e na Europa, apresenta elevados custos de produção e reduzida maturidade das tecnologias disponíveis.
"A tecnologia para a produção de macroalgas em regime de aquacultura multitrófica ainda se encontra em fase de estudo e otimização”, acrescenta Tiago Morais, "no entanto os ganhos obtidos durante este projeto são bastantes relevantes para esta indústria em crescimento”.
O projeto GENIALG - GENetic diversity exploitation for Innovative macro-ALGal biorefinery, juntou 19 parceiros de 6 países, e foi financiado pelo Programa Horizonte 2020 (2014-2020).
