Estão a nascer no INEGI novas tecnologias para monitorizar integridade de adesivos em aeronaves
22 fevereiro 2021Os adesivos estruturais são uma solução cada vez mais comum na indústria aeronáutica para estruturas, componentes e motores que exigem ligações de alta qualidade e resistência. Estes, porém, são um desafio para as equipas de manutenção, já que nem todos os tipos de defeitos presentes na camada adesiva são facilmente detetados com a tecnologia atual.
A pensar nisto, uma equipa de investigadores do INEGI está a desenvolver um conjunto de ferramentas avançadas capazes de detetar, localizar e caracterizar danos em juntas adesivas utilizadas em estruturas aeroespaciais.
Mais concretamente, a equipa pretende apostar numa tecnologia chamada "Espectroscopia de Impedância Eletromecânica”, que se baseia em sensores e sinais elétricos. Adaptada às peculiaridades dos adesivos, esta tecnologia deverá "detetar vazios, porosidades e fendas, e má adesão”, conta o responsável pelo projeto, António Mendes Lopes.
Capacitar indústria aeronáutica para responder aos desafios da mobilidade aérea
O uso de ligações adesivas neste setor é motivado pela necessidade de diminuir o peso do avião, reduzir as emissões de carbono da aeronave e melhorar a eficiência do consumo de combustível.
Em terra ou no ar, as estruturas das aeronaves estão continuamente sujeitas a esforços. O peso dos próprios componentes, as forças de aceleração e impulso, e fatores como a temperatura e altitude, resultam num gradual deteriorar das peças.
Para preservar a integridade estrutural e garantir a segurança operacional, a manutenção preventiva e corretiva é essencial. No entanto, como explica António Tenreiro "os testes mais comuns nesta indústria, os não destrutivos, não estão preparados para a singularidade de defeitos que podem surgir em adesivos. Além disso, são dispendiosos, pois exigem que o avião fique inoperante por um longo período de tempo”.
Para melhorar este contexto a equipa do Instituto vai estudar o comportamento dos adesivos de modo a criar modelos preditivos, que serão posteriormente validados em estruturas de aeronaves reais.